Produção de bezerros em 2023 pode não ser suficiente para a pecuária nacional, prevê presidente da Asbia

O engenheiro agrônomo Márcio Nery foi o convidado do DBO Entrevista e falou sobre o desenvolvimento do mercado de inseminação artificial envolvendo bovinos de corte

O uso e adoção da inseminação artificial no gado de corte no Brasil nunca foi tão expressivo quanto nos últimos anos.

Os resultados do 1º semestre de 2021 apontam a produção de 10,79 milhões de doses de sêmen e venda de 7,83 milhões de doses, segundo a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). O salto foi respectivamente de 103% e 41% na comparação com o 1º semestre de 2020. Em 2020, a venda de 16,33 milhões de doses, 38,26% a mais que em 2019.

No entanto, apesar do grande avanço desse mercado, o que deve promover uma maciça oferta de bezerros nos próximos anos, o presidente da entidade, o engenheiro agrônomo Márcio Nery, ainda prevê que a oferta de animais de reposição ainda deverá ser restrita, mantendo aquecido a valorização dos preços de bezerros e boi gordo pelo País.

O presidente da Asbia foi o convidado do DBO Entrevista, que foi ao ar na segunda-feira, 16 de agosto. Ele falou como o franco desenvolvimento do mercado de sêmen nas raças de corte poderá promover uma transformação no rebanho nacional (confira a entrevista completa em vídeo ao final da matéria).

Evolução da pecuária de corte

Um dos principais reflexos é a consolidação de um pecuarista mais eficiente à frente de uma atividade cada vez mais lucrativa, por conta dos ganhos de produtividade. Esse cenário já é constatado pelas fazendas, Brasil afora, segundo Nery

“Várias fazendas que eu visitei esse ano que tem agricultura e pecuária disseram que a pecuária de corte bateu a soja e o milho. Mas esse melhoramento genético vai permitir que essas constatações e que essa validação financeira do negócio continue, com toda a certeza”, diz Nery.

Para ele, com a aceleração do melhoramento genético, com ênfase em precocidade sexual, a partir das técnicas de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF), aos poucos vai reduzir o tempo do primeiro parto das novilhas. Fazendas que empenhavam as fêmeas aos 32 meses passam a emprenhar esses animais aos 22 meses.

Lote de novilhas precoces da Nelore Grendene (Foto: Divulgação)

“As eficiências da pecuária de corte vão acontecer. Então entendo claramente que o rebanho nacional não cresce, mas se mantiver esse número de cabeças, vamos produzir três a quatro vezes mais do que a gente produz hoje”, diz Nery.

Maior adoção da inseminação

Outro dado importante revelado pela Asbia é a taxa porcentual de fêmeas que estão efetivamente sendo inseminadas no País. No ano passado, o índice foi de 22% e nesse primeiro semestre já atinge cerca de 23% do rebanho de matrizes de corte no País.

SAIBA MAIS | Mercado de inseminação artificial de bovinos cresce 65% no 1º semestre, diz Asbia

“Pode parecer pouco, mas quando a gente compara com os nossos competidores como a Argentina, o Uruguai, os Estados Unidos e a Austrália, são países que têm em média de 7% a 8% de taxa de utilização da inseminação artificial em seu rebanho de vacas”, diz o presidente da Asbia.

Assista a entrevista, na íntegra:

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